DEFINIÇÃO DE PROBIÓTICO
O termo probiótico é originário do latim “pro bios” e significa “em favor da vida”. outra definição é “conjunto de organismos e substâncias que contribuem para o balanço adequado de microrganismos no trato gastrintestinal” , e a definição clássica de probiótico é dada como “organismos e substâncias de origem bacteriana que contribuem para o equilíbrio da flora intestinal, favorecendo seu crescimento e promovendo assim resistência às doenças”.
Existem várias hipóteses para explicar o modo de ação dos probióticos, a mais aceita é a teoria da “exclusão competitiva” que é a incapacidade de uma população de microrganismos, em sua maioria patógenos, de se estabelecer no intestino animal, devido à presença de outras populações desejáveis. Os probióticos, depois de ingeridos, encontrando-se em meio favorável para sua multiplicação, colonizam o trato gastrintestinal, estabelecendo-se sobre os demais microrganismos ali presentes. A partir daí, surge um equilíbrio microbiano a favor da microflora benéfica, possibilitando uma redução de pH, com conseqüente redução de bactérias enteropatogênicas. Este fato contribui para uma diminuição na produção de toxinas e na competição por nutrientes.De uma maneira geral, a ação dos probióticos pode ser resumida da seguinte forma:
- Inibição da proliferação de bactérias patogênicas;
- Produção de enzimas digestivas e síntese de vitaminas, como por exemplo, no caso do gênero Bacillus, capaz de produzir amilases e proteases;
- Produção de metabólitos que neutralizam toxinas bacterianas ou inibem sua produção;
- Incremento da imunidade na mucosa intestinal, por meio da produção de imunoglobulinas (IgA), em resposta às bactérias enteropatogênicas;
- Promove a exclusão competitiva de bactérias patogênicas;
- Contribui para uma melhor sobrevivência e queda da FCA (Fator de Conversão Alimentar);
- Contribui para o equilíbrio do meio aquático;
- Favorece o desenvolvimento do sistema imunológico;
- Promove a estabilização e/ou redução de amônia;
- Auxilia na degradação da matéria orgânica, resíduos de ração e microrganismos aquáticos mortos;
- Otimiza a assimilação de nutrientes da ração;
- Promove uma oxigenação mais estável do meio aquático.
No setor da aquicultura o desenvolvimento de produtos eficazes e ambientalmente amigáveis são os probióticos no controle de bactérias e vírus patogênicos tem sido uma estratégia bastante utilizada e bem aceita, uma vez que os probióticos promovem diversos benefícios que melhoram os parâmetros zootécnicos e o ambiente de cultivo. O aumento da ocorrência de doenças resulta em perdas significativas na aqüicultura afetando o desenvolvimento econômico do setor em muitos países.
No Brasil, o crescimento da piscicultura intensiva vem associado ao aumento da incidência de doenças nos sistemas de produção, e o uso massivo de antibióticos aumenta a pressão da seleção sobre os microrganismos, promovendo o aumento da resistência bacteriana. Os probióticos constituem uma das alternativas ao uso de antibióticos no controle de doenças e o ambiente de vida dos animais aquáticos é completamente diferente dos animais terrestres. Os peixes e outros organismos aquáticos, as larvas quando eclodem das desovas ainda não têm seu trato digestivo completo, e são passíveis de sofrerem contaminações por microrganismos patogênicos.
O ambiente em que vivem os peixes exerce influência de forma significativa na composição da população microbiana do trato digestivo, pois estes animais não regulam a temperatura corporal, e a associação de microrganismos no lúmen intestinal pode variar conforme a temperatura. A salinidade é outro ponto importante na determinação desta população. A água dos tanques e a própria alimentação dos animais pode fornecer microrganismos que se associarão àqueles presentes no trato gastrintestinal.
Atualmente, alguns produtos comerciais têm sido explorados, partindo-se do pressuposto de que as bactérias que melhoram a qualidade da água dos tanques de criação podem ser benéficas à saúde dos animais. Estes produtos são tidos, então, como “probióticos”, e a maioria deles contêm bactérias nitrificantes e/ou Bacillus spp., que se trata de grupos diferentes de microrganismos. Porém, ambos não são residentes naturais do trato gastrintestinal de espécies aquáticas.
Fontes: Revista Eletrônica Nutritime, v.6, n° 1, p.837-846 Janeiro/Fevereiro, 2008.
World Gastroenterology Organisation, 2017;Diretriz mundial da WGO Probióticos e prebióticos.